A sua empresa está preparada para as transformações nas relações de trabalho? Durante muito tempo era comum ter apenas um ofício e se dedicar a ele durante a vida toda. Os filhos costumavam seguir os passos dos pais e desempenhavam a mesma profissão, que geralmente era repassada de geração em geração.  

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Um trabalhador catarinense, Valther Orthmann, completou recentemente 80 anos de trabalho na mesma empresa e encaminhou a documentação para entrar no livro dos Recordes como o funcionário que permaneceu por mais tempo em atividade na mesma organização. Uma companhia têxtil foi o primeiro e único emprego de Valther, que passou por quase todos os setores e, atualmente, é gerente comercial.

Em entrevista ao portal de notícias G1, o catarinense revelou que alguns dos clientes que atende atualmente são netos dos primeiros compradores. Aos 95 anos, aposentado desde os 55, Valther não pensa em parar de trabalhar. Este exemplo é cada vez mais raro, uma vez que as relações de trabalho estão em constante mudança.

Os desafios das novas relações de trabalho

As novas gerações não pensam em permanecer a vida toda trabalhando na mesma empresa. Os profissionais de hoje buscam experiências enriquecedoras que promovam a flexibilidade, como um ambiente corporativo aberto à inovação e criatividade. Estes profissionais buscam cada vez mais empresas com valores e propósito claros e alinhados com o que acreditam.

Com tantas transformações no ambiente corporativo e na perspectiva dos profissionais, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já não contemplava diversas questões fundamentais para essas relações.

O objetivo da reforma das leis trabalhistas foi justamente atualizar a legislação, levando em conta as mudanças vividas pela atual geração de trabalhadores. Como já citamos aqui no blog, as alterações visam tanto atender as necessidades do empregado, quanto reduzir os custos para os empresários.

A expectativa é de que as transformações não parem por aí. Uma reportagem da revista Você RH afirma que um em cada três postos de trabalho no mundo deve ser substituído por máquinas até 2025. Portanto, a sua empresa deve estar atenta às novas tecnologias e promover a capacitação e o desenvolvimento das pessoas.

O RH tem um papel determinante nas novas relações de trabalho! Além dos desafios do trabalho remoto, são os responsáveis por estimular a produtividade e reduzir o turnover, bem como promover a humanização no trabalho. O foco nas pessoas é essencial para desenvolvê-las e torná-las satisfeitas no ambiente profissional, o que também gera benefícios para a empresa.

Por isso, estimular um ambiente empresarial mais humanizado é primordial para desenvolver o senso de pertencimento entre os colaboradores. Quando as pessoas sentem que são importantes para a empresa onde atuam, isso impacta positivamente a produtividade e satisfação do funcionário e ainda reduz a rotatividade.

As relações de trabalho das novas gerações

As gerações passadas buscavam estabilidade financeira, um bom plano de saúde e uma previdência privada, isso para garantir uma aposentadoria mais tranquila.

Além disso, costumavam ingressar em uma empresa e construir toda a sua carreira na corporação. Já as novas gerações têm outros objetivos e uma relação diferente com as empresas, isso modifica significativamente as relações de trabalho.

As novas gerações valorizam a liberdade e buscam ambientes profissionais onde possam inovar e expressar suas ideias. Em paralelo, buscam desenvolver uma atividade com propósito, mantendo a qualidade de vida e a independência, tudo isso com um certo imediatismo.

Quando as coisas não acontecem, a insatisfação pode gerar desde estresse e frustrações, até doenças mais graves como depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico. A consequência do impacto negativo no dia a dia da corporação é a interferência na produtividade e até mesmo no clima organizacional.

Antigamente as empresas ficavam atentas aos custos com processos trabalhistas, mas hoje é preciso considerar as despesas de um empregado doente. Uma reportagem publicada pela revista internacional ISHN, afirma que os custos das doenças ocupacionais são geralmente subestimados.

Porém, é preciso considerar que a interrupção da atividade laboral de um empregado pode interferir no cumprimento de prazos e gerar despesas para a reposição de funcionários. Isso sem falar em custos legais, como o pagamento de salário durante o período inicial de afastamento, entre outros gastos.  

6 passos para construir relações de trabalho positivas

Estabelecer boas relações de trabalho é fundamental para manter o ambiente corporativo mais produtivo, eficaz e agradável para empregados e empregadores. 

1. Estimule a comunicação

As falhas de comunicação podem causar diversos problemas nas relações de trabalho. O proprietário da empresa tem um papel determinante para a criação desta cultura. Portanto, é importante criar momentos para atualizar os empregados sobre as novidades, receber perguntas e mostrar que a gestão está disposta a ouvir.

2. Desenvolva a cultura organizacional

A cultura organizacional é um fator capaz de motivar os empregados e melhorar o clima de uma empresa. Além disso, é uma forma de manter um alinhamento mútuo entre os objetivos estratégicos e expectativas da organização e empregados. Quanto mais claro tudo isso estiver, mais fácil é para manter a equipe motivada.

O analista de carreira Dan Pink, estudou a ciência da motivação humana e concluiu que os métodos usados durante o século passado para motivar os recursos humanos não funcionam com as gerações do século 21.

Isso ocorre porque antes as atividades eram mais mecanicistas e a abordagem de recompensa e punição funcionavam bem, mas nos dias atuais tem o efeito contrário. Os profissionais de hoje esperam uma abordagem nova, que ofereça autonomia, liberdade e que o trabalho desenvolvido tenha um propósito.

3. Preze pelo bom relacionamento

Sabe o ditado que diz que uma laranja podre contamina todo o cesto? Nas empresas funciona mais ou menos da mesma forma, um profissional descontente, negativo, que reclama de tudo tende a criar uma atmosfera tóxica no ambiente corporativo.

Então, preze sempre pelo bom relacionamento, promova atividades de integração e estimule a empatia a fim de manter a boa convivência no trabalho.

4. Valorize os pontos fortes

Alguns profissionais têm características e habilidades que tornam mais fáceis a execução de determinadas tarefas. Portanto, procure identificar e reconhecer estes pontos fortes, estimulando o desenvolvimento de novas competências entre a equipe.

Lembre-se que as pessoas trabalham mais felizes quando gostam daquilo que fazem e, por consequência, tornam-se mais produtivas.

5. Incentive o feedback

O feedback é fundamental para entender as relações de trabalho, pois é uma forma de compartilhar expectativas, tanto do empregado para o empregador, quanto vice-versa. Afinal, quando o gestor não tem clareza do que acontece no dia a dia da empresa, dificilmente irá promover alguma mudança. Portanto, o feedback pode ser uma alternativa eficaz para traçar esse panorama.

6. Promova a mudança

Não basta somente ouvir os empregados, também é preciso promover a mudança. Com a transformação digital as relações de trabalho tendem a mudar numa velocidade cada vez maior. Então, esteja preparado para assimilar as mudanças, sem deixar de lado a humanização no trabalho e valorização das pessoas, que são o maior ativo da sua empresa.

Quando paramos para analisar as relações de trabalho fica mais perceptível as mudanças que ocorreram ao longo dos anos. As novas gerações têm outras preocupações, outros objetivos e ainda contam com a tecnologia para simplificar diversos processos e atividades do dia a dia.

Estabelecer relações de trabalho positivas é cada vez mais determinante para reter os talentos da sua empresa e para deixar os profissionais mais felizes.